quarta-feira, 25 de junho de 2008

A inserção do jogo de areia em contexto psicoterapêutico hospitalar em enfermaria cirúrgica: um estudo exploratório

A inserção do jogo de areia em contexto psicoterapêutico hospitalar em enfermaria cirúrgica: um estudo exploratório
Autoras: Simone Corrêa Silva; Kátia Osternack Pinto ; Mara C. Souza de Lúcia ; Ana Clara D. Gavião ; Julieta Quayle





Tópicos

• Investigar a inserção do Jogo de Areia em contexto psicoterapêutico de enfermaria cirúrgica, por tratar-se de um instrumento que favorece um contato do paciente com suas dimensões externas e internas, conscientes e inconscientes, por meio de imagens que o indivíduo constrói na caixa de areia.

• A resistência, para o trabalho psicológico em condições de hospitalização, deve-se, muitas vezes, a uma dificuldade em verbalizar seus sentimentos, angústias e fantasias que lhe são conflitantes.

• Segundo Mindell (1990), a doença corresponde a algum aspecto da vida do indivíduo que, não conseguindo um caminho de expressão por outra via, é dirigido ao corpo.

• Liberato (2002) compreende a doença como um acontecimento que coloca o homem diante de limitações, mas que, no entanto, revela “forças” que direcionam para possibilidades de mudanças.

• “...alma e corpo não são separados, mas animados por uma mesma vida. Assim sendo, é rara a doença do corpo, ainda que não seja de origem psíquica que não tenha i9mplicações na alma.” (JUNG, 19717/1983).

• “Usando a caixa de areia, o paciente está livre para colocar para fora as suas fantasias, externar e tornar concreto o seu mundo interior numa representação tridimensional.” (Weinrib, 1993, p25)

• Dentro de uma concepção junguiana, acredita-se que os indivíduos acometidos por doenças orgânicas possuem uma dificuldade em apreender o símbolo em sua polaridade abstrata; seus conteúdos são expressos simbolicamente através do corpo e por intermédio da doença, ficando inacessíveis à consciência, naquele momento. (Greghi, 2003; Ramos, 1990).

• A polaridade concreta é expressa por meio da construção das cenas na caixa de areia e do contato com as miniaturas e a areia; e a abstrata , por meio das sensações, sentimentos e conteúdos que são mobilizados e elaborados por meio da estória, verbalização e reflexão (Greghi, 2003).

• Segundo uma concepção junguiana do símbolo, este aponta para algo desconhecido; sua integração promove uma tomada de consciência e uma significação que vai além daquilo que manifesta imediatamente, pois não pode ser apreendido por completo (Jung, 1961/1996). Nesse sentido , o jogo de areia facilita a manifestação simbólica da doença por ter o esmo canal de expressão que esta – uma canal que, a grosso modo, já é familiar ao indivíduo (Greghi, 2003; Silva & Sant´Anna, 2000).

• Cura: pode ser entendida como uma vivência interior de integração de aspectos conflitivos, favorecendo a ampliação da consciência.

• As mãos servem como canais de expressão para a construção de imagens que podem ser consideradas como mediadoras nessa re-conexão entre corpo e psique, consciente e inconsciente.

• No jogo de areia, as mãos são vias essenciais de expressão para aquilo que perturba e, por intermédio delas, o indivíduo irá estabelecer uma ligação entre o mundo interior e exterior, tornando visível a energia existente entre ambos. Através delas, o sujeito vai dar forma ao que está inconsciente, tornando-o reconhecível num nível que pode ser visualizado concretamente.

• Através deste estudo, verificou-se que o Jogo de Areia propiciou condições internas nos indivíduos que favoreceram uma vivência emocional, através de sensações que os pacientes denominaram de tranqüilizadoras e promovedoras de alívio e relaxamento.

Contato da autora:
Simone Correa Silva
monecorrea@uol.com.br
http://www.cepsic.org.br/revista/Artigos/V2n2a03.htm 13/4/2006

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